domingo, 28 de abril de 2013

Orelha de limão, Lili inventa o mundo, Leo e Albertina, A casa sonolenta e Nuvem triste

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

RESUMO GLOBALIZAÇÃO CONSEQUÊNCIAS

GLOBALIZAÇÃO CONSEQUÊNCIAS

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Nos últimos anos a globalização tem aumentado e com isso as consequências também, por mais que sejam consequências que não está tão destacante assim na sociedade, porém é algo da qual devemos dar atenção, pois um fator, uma questão está relacionado a outro e com isso as consequências também.
As consequências da globalização está relacionado com vários fatores como: economia, meio ambiente, condições de vida, sociedade e outros, sendo que esses fatores tem gerado consequências onde as pessoas não tem percebido.
As consequências da globalização além da redução de empregos, o empobrecimento tem se tornando maior, crises financeiras, as explorações do meio ambiente e das riquezas naturais, dessa forma as pessoas estão sempre procurando meios para conseguir aquilo que se deseja e dessa forma as consequências vem se agravando.
A globalização nada mais é do que uma expansão capitalista, dessa forma as pessoas também são vítimas dessas consequências, pois o aumento de pessoas obesas tem se tornado cada vez maior, pessoas , consumir produtos de forma desnecessária e exagerada, se tornando pessoas compulsivas por comprar, por comer e várias outras coisas.

RESUMO O impacto da globalização nas relações sociais e integração na América Latina.

O impacto da globalização nas relações sociais e integração na América Latina

a realidade sócio-laboral do Mercosul nas relações entre cidadãos de seus países-membros

RESUMO:

No atual cenário globalizado com conseqüências sociais, as relações de trabalho estão sofrendo grandes mudanças com tendência ao crescente desemprego mundial. Neste panorama, o Mercosul se apresenta como realidade na sociedade global, devendo perseguir suas metas sociais e laborais para a sedimentação do Mercado Comum, com o estudo dos trabalhos já realizados e as projeções para um futuro próximo. A estrutura orgânica do bloco do Cone Sul Americano deverá atuar com firmeza para a segurança de seus propósitos, auxiliando a integração de toda a América Latina, sem descuidar das garantias inerentes ao ser humano, entre elas o emprego. As normas internacionais referentes ao trabalho devem ser plenamente aplicadas para evitar o denominado dumping social. Por conseqüência, o trabalhador autônomo, o subordinado e os profissionais liberais natos do bloco devem ter a proteção conjunta dos órgãos representantes de classe, bem como pelos demais órgãos institucionais do Mercado Comum do Sul, sempre trabalhando coesos. Este trabalho, tendo em vista as premissas já apontadas, pretendendo realizar uma abordagem sobre tal questão sociolaboral no âmbito das legislações constitucionais brasileiras bem como dos demais parceiros no Mercosul, com a comparação e indicação de prováveis assimetrias. Visa também o estudo das disposições internacionais sobre as relações de trabalho e livre circulação de trabalhadores como objetivo do Tratado de Assunção. Visa este manuscrito, ao final, uma discussão sobre os objetivos a serem buscados e sugestões para amenizar o impacto das atuais conjunturas ao emprego formal. A importância do emprego informal que já responde por cerca de 30% da economia brasileira, concernentes aos ensinamentos da doutrina e as demais experiências vividas por países que já enfrentaram tais questões com maior ou menor êxito, com a adequação ao regime brasileiro bem como a discussão sobre as metas do bloco multilateral em questão, com análise dos pontos mais sensíveis como a seguridade social.
O impacto da globalização nas relações sociais e integração na América Latina: A realidade sociO LABORAL do Mercosul nas relações entre cidadãos de seus países-membros.
Olsen Henrique Bocchi[1]

1.- Introdução:

Na tendência do final do século e na consonância da realidade econômica, política e social mundial, vê-se a presença de um efeito no cotidiano quer dos brasileiros ou cidadãos de qualquer outra nacionalidade: a Globalização. A natureza desse fenômeno não é somente uma corrente tecnológica, mas um efeito social. Tal capitulação é tomada, sob um ponto de vista filosófico, pois não há uma demarcação exata de seu conceito. De tão natural, define-se como sendo o que propriamente parece ser[2].
Sob a atual realidade econômica, em relação com a doutrina capitalista de Adam Smitt, percebe-se uma valorização do conhecimento (know-how) como ponto de referência para qualificar a aquisição de riquezas, onde, naquela época do berço capitalista industrial, a tendência valorizava o capital, o trabalho e os recursos naturais (matéria-prima). Analisando-se o período anterior à doutrina Smithiana, notava-se que o trabalho, conjugado com a matéria-prima, influenciava, quase que totalmente, a produção de riquezas em detrimento do próprio capital e do conhecimento. A evolução no mundo globalizado propiciou uma radical mudança no círculo de produção, onde os perdedores podem ser os próprios assalariados[3].
Neste diapasão, vê-se o avanço tecnológico propiciando tal efeito, como um catalisador de uma reação em cadeia inevitável. Assim, o homem deste final de século deverá adaptar-se ao que se assiste no momento, sem tentar impor ao mundo uma alteração porque as suas conseqüências são, muitas vezes, maléficas ao convívio social.
A escassez de empregos tem sido uma das críticas ao mundo contemporâneo. A automação tomando o espaço que antes era do homem e o conhecimento acumulado para superar fases que antes se tinha como necessárias e hoje são plenamente supérfluas, são diretamente sensíveis ao mercado de trabalho. Não há de se imaginar o homem sem a existência de trabalho digno e a necessidade de sua concorrência com o lucro do empregador. Esta é a cadeia da circulação e produção de riquezas, necessária a qualquer povo capitalista[4].
A atenção hoje se move a duas perguntas: qual será a regulação das conseqüências percebidas no panorama atual? Sobre qual ponderação estará a solução para a sobrevivência da classe operária no mundo além 2000? Estas são perguntas hoje sem respostas convincentes.
A solução por muitos ventilada seria a união dos povos em blocos de nações sob o fenômeno da regionalização[5], para que esta união valha como força motriz para ajudar na solução de tais barreiras. O Estado nacional soberano deverá ceder espaço à circulação de riqueza, pois a soberania nos moldes atuais seria um sério obstáculo ao crescimento do homem e obviamente a sua própria subsistência[6].
Sob tal filosofia nasceu o Mercosul como sendo um bloco de nações sul-americanas, entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, para tentarem sobreviver no mundo atual, seguindo os mesmos passos bem sucedidos dos países europeus. É um bloco ainda nascituro que luta em uma incubadora porque as regras naturais de nascimento não foram prontamente obedecidas, contribuindo os fatores exógenos da economia mundial para acentuar o agravamento de sua situação.
O exemplo europeu, de outro modo, foi mais cauteloso promovendo uma união lenta e gradual, partindo do período pós guerra, passando pela Tratado de Roma em 1957, até uma União Econômica com o Tratado de Maastricht já na década de 90. Seguindo um método semelhante, contudo consideravelmente mais ágil, promoveu o Mercosul uma gradação que teve inicio em 1991 com o Tratado de Assunção, até 2006, nesta data pretendendo a formação de um mercado comum.
Para a formação de um mercado comum, nos moldes como se pretende no referido tratado constitutivo do Bloco do Cone Sul-americano, necessita-se de três fases, em ordem crescente de integração. A primeira delas, denominada zona de livre comércio, visa o estabelecimento entre os países integrantes do bloco em exame, uma desgravação tarifária promovendo um comércio livre de impostos ou taxas aos produtos comercializados entre os mesmos. Este é um estágio inicial de integração, com grau moderado, eminentemente comercial, onde o objetivo principal é a exclusão das barreiras tarifárias e não tarifárias nas negociações entre os Estados-Partes. Tal fase vigorou da assinatura do Tratado de Assunção, até o Protocolo de Ouro Preto em 1994, instrumento que promoveu a existência efetiva do mencionado bloco de países.
A partir desta data até 2001, passou a vigorar a denominada zona aduaneira, nada mais sendo que os países-membros do Mercosul estabelecendo tarifas comuns para com terceiras nações, dentre outros efeitos de natureza igualmente estrutural. Esta fase é a que se encontra vigorando no momento.
Vencida esta fase, preparado estará o Mercosul para alcançar seu objetivo, ou seja, a instituição de um mercado comum: terceira e última fase prevista em seu ato constitutivo. Nesta altura, deverá estar alcançado o requisito básico para a configuração de um bloco ao grau de integração almejada em 2006. O único exemplo desta forma de união comunitária foi verificada na União Européia. A principal diferença entre o mercado comum e a união aduaneira é que esta última regula apenas a livre circulação de mercadorias, enquanto o mercado comum prevê também a livre circulação dos demais fatores de produção (capital e trabalho). Além disso, o mercado comum pressupõe a coordenação de políticas macroeconômicas (definição de políticas de juros e fiscal)[7].
O que se percebe no Mercosul hoje é a implementação de uma união aduaneira sem que estejam vencidas, em sua totalidade as barreiras tarifárias e não tarifárias. É o que se nota com os exemplos das questões automotiva e açucareira, barreiras que até a presente data não foram satisfatoriamente transpostas.
Contudo, o Mercosul atrai muitas atenções. O seu mercado conta com 200 milhões de consumidores e um volume de giro de recursos na ordem US$ 50 bilhões por ano e um PIB global de 680 bilhões/ano. No setor agropecuário, o bloco conta com 50% da produção de soja, 40% do rebanho bovino ocidental, 7% da produção de algodão 6% da produção de milho mundial. Grande parte desta fatia está, e poderão ainda representar mais, nas micro e pequenas empresas. Assim, oportuna a classificação, em nível do bloco do Cone Sul Americano, quanto ao número de empregados e faturamento bruto anual, como destaca-se:
Classificação das Empresas Segundo o Porte Econômico

Empresa Número de Funcionários Faturamento Bruto Anual
Micro Até 20 funcionários Até US$ 400.000,00
Pequena Até 100 funcionários Até US$ 2.000.000,00
Média Até 300 funcionários Até US$ 10.000.000,00


Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/2479/o-impacto-da-globalizacao-nas-relacoes-sociais-e-integracao-na-america-latina#ixzz235TsTSRO

RESUMO PARA O SEMINARIO EM GRUPÃO A GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

bebe-marca     A globalização é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente.
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     Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. Porém, a globalização efetivou-se no final do século XX, logo após a queda do socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização econômica. Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais buscaram conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos países recém saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empresas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a utilização da Internet, das redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.

     Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas produzem suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Optam por países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado em diversos países do mundo. Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio, financeiras) criaram um sistema rápido e eficiente para favorecer a transferência de capital e comercialização de ações em nível mundial.. Investimentos, pagamentos e transferências bancárias, podem ser feitos em questões de segundos através da Internet ou de telefone celular.
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     Apesar de todos os benefícios que a globalização trouxe para o mundo, há também a globalização da parte social, que desde tempos remotos não tem sido justa para com as populações mais pobres do mundo. A exclusão se fez conseqüência drástica do processo global, em que poucas pessoas são privilegiadas pela criação da tecnologia, pela inovação das marcas, pela evolução dos meios de comunicação, pelas novas tendências da moda, pela rapidez da internet. Muitas pessoas mal sabem o que é internet. Nos próprios países desenvolvidos há um índice, mesmo que muito pequeno, de exclusão. No Oriente Médio esta se torna ainda pior, pois a maior parte da população não tem acesso às necessidades básicas como alimentação e moradia, por isso muito menos teriam acesso a uma tecnologia como o computador.
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     A disparidade de classes está sendo cada vez mais afetada pela globalização constante e pela ganância do homem de querer globalizar, criar e deter os meios de comunicação e produção, não se preocupando em primeiro acabar com os problemas sociais para depois criar um sistema de informações que beneficie toda a população.
     Concluindo, é difícil refletir e chegar a uma conclusão sobre a globalização e quais as suas influências sobre o mundo, posto que cada país tem uma cultura, política e economia diferentes as quais influenciam na evolução harmônica deste processo.

O Brasil em um Mundo Globalizado AULA COM ATIVIDADE PARA RESPONDER



O Brasil em um Mundo Globalizado

Resumo: neste tutorial será mostrado como o Brasil tem procurado se desenvolver em meio a um mundo totalmente globalizado. Que medidas o Brasil adota, para se expandir economicamente? Existe multinacionais brasileiras?

Não é de agora que o Brasil apresenta transformações tecnológicas que se manifestam na sociedade brasileira. Mas foi desde 1990 que a globalização teve maior impacto. Nesse período a economia brasileira passava por uma série de crises: déficit público elevado; escassez de financiamento para atividade produtiva e para ampliação de infra-estrutura; inflação; no final da década de 80 a inflação chegou a 80% ao mês, e os preços subiam diariamente.

No inicio da década de 90, o Brasil passa a adotar idéias liberais, abrindo o seu mercado interno, criando maior liberdade para a entrada de mercadorias e de investimentos externos, derrubando assim, algumas barreiras protecionistas. A idéia era ter o capital estrangeiro como ajuda para retomar ao crescimento econômico.

Alegava-se que a economia ia ser beneficente para as empresas nacionais, estimulando o desenvolvimento e recuperar atrasos em alguns setores. Esperava-se, que a economia brasileira fosse mais competitiva, em a ajuda de subsídios e protecionismo.

Subdesenvolvimento

O subdesenvolvimento se caracteriza por problemas sociais e econômicos no interior de um país. Mas nem todos os países subdesenvolvidos são iguais entre si. Alguns tem elevada capacidade de produção e atraem investimentos do exterior, como é o caso do Brasil. Outros estão praticamente excluídos da ordem econômica mundial e depende de ajuda humanitária para a sobrevivência da população.

Isso mostra que o processo da globalização tem sido bem diferentes entre os países ricos e os pobres, sendo que a pobreza tem aumentado até em países ricos.
Apesar de a globalização ter acentuado os problemas nos países do norte, tem sido bem  mais grave nos países do sul, que possuem recursos limitados.

As diferenças entre os países do mundo atual são enormes. Os países do G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá) são responsáveis pela produção de cerca de 56% de toda a riqueza do mundo. Todos os outros países, aonde vivem 85% da população, produzem os 44% restantes.

Essas diferenças sócio-econômicas tendem aumentar a cada ano com o desenvolvimento técnico-científico acelerado e concentrado nos países desenvolvidos. Segundo o Relatório de 2002 do Estudo de População das Nações Unidas, cerca de três milhões de pessoas vivem com menos de três dólares por dia.




Esta charge retrata bem a situação de muitas pessoas em países pobres

O desenvolvimento tecnológico é bem importante para o processo de globalização, e o Brasil no inicio do século XXI ocupava a 43° posição do ranking de conquistas tecnológicas.

Novas idéias?

O Consenso de Washington refere-se a um conjunto de idéias criadas, em 1989, visando ajudar no desenvolvimento da América Latina.

O economista John Willianson reuniu o consenso de alguns pontos principais propostos pelas grandes instituições financeiras. De acordo com o Concurso de Washington, os países teriam de:

- diminuir a dívida do governo, para isso promover o corte de salários e demissões dos funcionários públicos em excesso, e realizar mudanças nas leis trabalhistas, na previdência social, e na aposentadoria.

- Promover uma reforma no sistema de arrecadação e atribuição de impostos, para que as empresas pagassem meios e tivessem mais chance de competitividade.

O Consenso de Washington também propunha a abertura comercial, o aumento de facilidades para saída e entrada de capitais, e a privatização de empresas estatais.

Seguir as sugestões do Consenso não eram obrigatórias, mas eram necessário cumpri-las para receber ajuda financeira externa e atrair capitais estrangeiros.

Abrindo a Economia no Brasil

Foi por volta de 1990  que o Brasil reduziu os impostos de importação, e os produtos importados passaram a entrar de forma bem ampla no mercado brasileiro. A oferta de produtos cresceu, e os preços permaneceram os mesmos ou caíram; esses produtos importados passaram a tomar o espaço das industrias nacionais, que foram obrigadas a fechar. A balança comercial acumular déficits por vários anos no decorrer de 1990.

O governo, também, passou a incentivar por meio de incentivos fiscais e privatização das empresas estatais, os investimentos externos no Brasil.

Com a rapidez da abertura da economia brasileira, muitos empresas nacionais não se adaptaram a nova regra: “é melhor vender do que falir”. Em apenas uma década as multinacionais dobraram sua participação na economia brasileira, passaram a comprar algumas empresas nacionais ou se associaram a elas.

As multinacionais investem principalmente em tecnologia, contribuindo para a geração de cortes de empregos. De uma maneira geral, nos setores em que ocorreu a privatização, diminuíram os empregos e as condições de trabalho pioraram.

Na mesma proporção da abertura do mercado o desemprego aumentou, e a possibilidade de voltar ao mercado de trabalho fica cada vez mais distante, pois as vagas vão sendo preenchidas pelas novas tecnologias de produção e sistemas informatizados.

Mesmo com a abertura de postos de trabalho em setores que mostraram crescimento, como turismo, publicidade, telefonia, não compensaram os que foram fechados.

Poucos países adotaram amplamente as idéias neoliberais, e ingressaram de foram plena no processo de globalização. Isso ocorreu penas em alguns países da América latina, côo por exemplo o Brasil. Outros países, como a China e Índia, preferiram mais restrita e gradual, exigindo a instalação de industrias em setores estratégicos e em associações com empresas nacionais.

A partir do final do século XX, as mudanças estão sendo tão intensas que trabalhadores e empresas ainda estão tentando se adaptar a nova realidade.

A privatização das empresas permanecia no centro dessas mudanças. Mas outras mudanças ocorriam no Brasil, como a concessão para explorar os sistemas de transporte, o fim da proibição da participação de empresas estrangeiras nos setores de comunicações e o fim do monopólio da Petrobrás para exploração de petróleo.

Alegavam que as empresas estatais estavam endividadas, e só davam prejuízos, sobrevivendo apenas com a ajuda de subsídios do governo. Em alguns casos essa afirmação era verdadeira, mas em outras não, e foi nessas que ocorreram as maiores privatizações. Como por exemplo, o Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, que, apesar de terem altas dívidas, davam bastante lucro ao Brasil, e tinham condições de cumprir os seus compromissos financeiros.

A privatização sofreu inúmeras críticas. Por exemplo: parte do dinheiro foi emprestado pelos cofres públicos, para a privatização, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Alem disso, para atrair compradores, pagar as dividas das empresas, elevou-se as tarifas de telefonia e energia.

Com a privatização de setores estratégicos, o Brasil, passou a se caracterizar por um processo de desnacionalização da economia. Em meados do século XXI, entre as 500 maiores emersas do mundo, 400 estavam instaladas no Brasil.

A ampliação das empresas estrangeiras, e da presença do capital estrangeiro não ajudou em elevar as taxas de crescimento econômico. O que ocorreu foi simplesmente a substituição da empresa nacional pelo capital estrangeiro.

Multinacionais brasileiras

As empresas brasileiras também tem participação em investimentos externos, e estão presentes em outros países. Em uma década o numero de empresas brasileiras em outros países elevou 500%. Em 2001, havia 350 empresas instaladas no exterior.

Apesar desse aumento da participação do Brasil no comércio mundial, ela continua sendo reduzida. A participação do Brasil representa cerca de 1% de todas as transações que ocorrem no mundo. As exportações brasileiras são: café, açúcar, minério de ferro e outros produtos que possuem baixo valor comercial. Por outro lado, as importações do Brasil são bens de consumo de alta tecnologia, e possuem valor elevado.

Os produtos brasileiros ainda precisam entrar as medidas protecionistas dos países desenvolvidos. Por exemplo: a agropecuária, que se tornou bem competitiva, tem dificuldades para entrar nos Estados Unidos, Japão e União Européia. Nesses países os produtos recebem taxas até ficaram com um preço elevado, e os agricultores locais recebem subsídios que são proibidos pelas regras da OMC.

Exportações brasileiras


O Brasil no Mercosul

As relações comerciais entre do Mercosul, tiveram avanços e vários projetos de infra-estrutura, que começaram a ser desenvolvidos com o aumento desse mercado.

Os países que fazem parte do Mercosul, representam cerca de 42% da população da América do Sul, e mais da metade do valor da economia que é produzida nesta parte do continente.

Junto com a Bolívia, que teve participação no Mercosul como membro-associado a uma zono de livre comercio, o Brasil construiu o maior gasoduto da América latina, que liga a Bolívia aos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.


Em 1999, passou a surgir algumas divergências entre Brasil e Argentina. Devido a crise econômica, principalmente na Argentina, fez com que o comércio dentro do bloco sofresse uma queda. Apesar de ser uma união aduaneira, o Mercosul, tem apresentado ser semelhante a uma integração de uma zona de livre comércio.

Brasil e a Alca

O continente americano reúne, de um lado os Estados Unidos e Canadá, países desenvolvidos e com alto índice tecnológico. E do outro, países bem obres, que baseiam sua economia na agricultura ou extração mineral, como o Haiti, Bolívia, Guiana.

E o Brasil, do ponto de vista econômico, fica numa situação intermediaria. O Brasil e outros países latino-americanos, não tem condições de competir com as empresas dos Estados Unidos. E os países que se negarem a participar da Alca podem sofrer represálias, que dificultariam a sua situação econômica. Alem do mais, o Brasil é dependente da economia norte-americana, cerca de 30% das exportações brasileiras, são para os Estados Unidos.

Mas é preciso levar em consideração que o Brasil é importante para os Estados Unidos, pois sozinho corresponde a cerca de 70% da economia de toda a América do Sul.

O mercosul, junto com a Comunidade Andina (CAN), estão buscando maior integração para fortalecer sua capacidade de negociação frente aos Estados Unidos.

Mas, por enquanto, não estamos numa situação de preocupação com a Alca, pois parece que esse assunto, semelhante a muitos outros acordos, foi esquecido. Pelo menos por enquanto.

Exercício

Responda.

1) A partir de 1990 que medidas o Brasil passa a adotar, e porque?
2) Como a ampla abertura do mercado afetou as empresas nacionais?

3) Como a privatização de empresas nacionais, afetou a economia brasileira?


VIDEO PARA A PROVA

http://www.youtube.com/watch?v=MAUxHLn0AFY&feature=related

LINK PARA AULA EXPLICATIVA SOBRE PROTECIONISMO.

http://www.youtube.com/watch?v=H5bJ_FZf8QU

TEXTO PARA AULA DO GRUPÃO PROTECIONISMO

Esta doutrina visa proteger o mercado interno através da criação de mecanismos que dificultam a entrada no país de mercadorias importadas, reduzem a competição externa e assim permitem o livre desenvolvimento das atividades econômicas internas. A teoria contrária ao protecionismo é o livre-comércio. Através desta linha de atuação, garante-se a independência de um país, enquanto ao se optar pelo caminho inverso, atinge-se o estágio da interdependência entre Estados concorrentes. Todos os países, mais ou menos, adotam essas medidas econômicas em algum momento de sua trajetória político-econômica. Para tanto, estabelecem tarifas elevadas e impõem regras técnicas aos produtos externos, gerando assim uma série de obstáculos que tornam mais difícil sua entrada no mercado nacional, ao diminuir sua margem de lucros. Também é comum criar subsídios à indústria interna, propiciando um crescimento mais intenso; e instituir uma porcentagem fixa de mercadorias e de trabalhos estrangeiros no mercado interno.
Como conseqüência, os empregos no âmbito nacional ficam garantidos, a indústria e a agricultura internas são protegidas, estimula-se o incremento de novas técnicas nacionais e estimula-se a abertura das fronteiras para atividades comerciais. Por outro lado, porém, há uma elevação dos preços dos produtos nacionais; na falta de uma maior competitividade, as indústrias se acomodam e não desenvolvem o potencial integral de que dispõem; o país não acompanha o avanço tecnológico em curso no contexto externo e há uma privação dos mercados exteriores.
A Organização Mundial do Comércio – a OMC – regula o comércio entre os vários países. Assim, é este órgão que vela pela instituição de regras nas transações comerciais externas e vigia as medidas protecionistas adotadas pelas diversas nações. Seu objetivo é favorecer um mercado mais liberal. O protecionismo, como visto acima, tem suas vantagens e desvantagens, mas talvez o seu maior prejuízo seja na esfera das políticas que incentivam a luta contra a fome e o desenvolvimento das nações pobres.
Hoje, o Brasil enfrenta uma séria ameaça do mercado chinês e de outros recém-chegados à economia mundial. A competição com estes países não é possível no campo dos preços, e sim na esfera do marketing, dos recursos tecnológicos, da concepção e do planejamento dos produtos, bem como no aproveitamento dos recursos naturais, área na qual o Brasil se destaca.
Mas é justamente das diferenças produtivas entre os variados países, da competição entre suas várias possibilidades, que nasce o progresso. Se todo país radicalizasse em suas medidas protecionistas, cada nação seria uma autarquia isolada, não haveria contato entre os Estados. Sem a disputa e o intercâmbio necessários para o crescimento, cada economia tenderia a uma provável estagnação.
O protecionismo, portanto, é importante para o desenvolvimento econômico de um país, mas em um grau moderado, pois sua versão radical poderia gerar um quadro drástico para a economia mundial.

MATERIAL PARA AULA DO GRUPÃO PROTECIONISMO

– A Abertura Comercial BrasileiraObjetivos da aula:
Compreender a abertura comercial brasileira e avaliar os seus resultados. Começaremos o nosso estudo, fazendo uma breve abordagem das teorias de comércio internacional. Posteriormente, discutiremos o modelo de industrialização por substituição de importações, o seu esgotamento nos anos 1980 e a busca de um novo paradigma de desenvolvimento. Finalmente, vamos analisar e avaliar a abertura comercial no Brasil.Livre Comércio Ou Protecionismo?
Desde o final do século XVIII, os economistas conseguiram compreender a importância do comércio internacional. Realizar trocas é importante porque permite que cada nação se especialize naquilo que consegue produzir de forma mais eficiente. A especialização e o comércio conduzem as nações a uma situação de bem-estar material superior ao que seria alcançado se cada país optasse pela auto-suficiência.
Apesar de a moderna teoria econômica ser enfática em relação aos benefícios do comércio internacional, a economia brasileira era extremamente fechada até meados do início dos anos 1990. Isso foi resultado do protecionismo comercial implantado no Brasil via substituição de importações.
Relembrando o que nós estudamos nas nossas primeiras aulas: o Brasil era um clássico exemplo de economia agro-exportadora, produzíamos bens agrícolas para abastecer o mercado mundial e importávamos bens industrializados. Com a crise econômica mundial, gerada pela Grande Depressão, ocorreu a falência desse modelo. Para o país crescer e se desenvolver, era necessário promover uma mudança profunda na economia.

Para fomentar a indústria nacional, o governo brasileiro ergueu barreiras protecionistas.


Essa opção do Brasil pelo protecionismo, sobretudo após a Segunda Guerra mundial, foi influenciada por idéias não alinhadas ao pensamento liberal clássico. Existem diferentes escolas de pensamento econômico e, conseqüentemente, diferentes abordagens acerca do comércio internacional. A concepção clássica desse assunto está fundamentada nas idéias desenvolvidas pelo economista clássico inglês David Ricardo. De maneira muito simplificada, sua teoria pode ser reduzida à seguinte idéia: o comércio traz vantagens porque gera especialização. Cada nação vai produzir o que faz de melhor e importar o que não produz tão bem.
No final da década de 1940, começou a se formar, na América Latina, uma escola de pensamento que rejeitou a visão liberal de comércio e desenvolveu uma argumentação bastante interessante sobre esse tema. Esses pensadores ficaram sendo conhecidos como estruturalistas e tinham, como seu maior representante, o economista argentino Raúl Prebisch.
Coube a esse autor a famosa percepção de que estava havendo uma “deterioração dos termos de troca” contra a América Latina. Isso significava, simplesmente, o seguinte: os produtos exportados pela América Latina (bens primários) estavam se tornando mais baratos em relação às importações (produtos industrializados). A partir dessa constatação, os estruturalistas concluíram que livre comércio não estava beneficiando a América Latina. Historicamente, o subcontinente latino-americano especializou-se na produção de bens agrícolas. Entretanto, essa especialização não trouxe vantagens, muito pelo contrário, era a principal causa do subdesenvolvimento na região. O pensamento estruturalista teve uma influência enorme na condução das políticas de desenvolvimento latino-americanas após a Segunda Guerra. Resumidamente, os estruturalistas entendiam que desenvolvimento latino-americano passava, necessariamente, pela industrialização e que esse processo deveria ser feito mediante substituição de importações.

O Esgotamento do Modelo de Substituição de Importações
O modelo de substituição de importações teve papel decisivo no crescimento econômico de 1930 até o início dos anos 1980, quando a economia brasileira entrou na pior crise da sua história. A década foi marcada pelo endividamento externo, pela recessão econômica, pela inflação, pela crise fiscal do Estado e, também, pelo esgotamento do modelo de desenvolvimento por substituição de importações.
Décadas de protecionismo comercial deixaram os empresários nacionais em uma situação muito cômoda. Não havia pressões para investir em tecnologia, para adotar novas técnicas administrativas ou para buscar novas estratégias de competição, porque o protecionismo comercial garantia exclusividade sobre o mercado. Durante os anos 1980, ocorreu uma série de inovações tecnológicas que, praticamente, mudaram o paradigma produtivo em vigor. Entre essas inovações, estavam: a microeletrônica, a automação mecânica, a informática e as telecomunicações. A indústria nacional não estava acompanhando o que acontecia no resto do mundo e o nosso atraso estava ficando cada vez maior.
Para deixar esse quadro ainda mais grave, o Estado, que, no passado, assumira o papel de agente indutor do desenvolvimento, perdera sua capacidade de investir devido à crise fiscal. Tornava-se cada vez mais urgente a busca por um novo modelo de desenvolvimento.
Em 1989, um fato ocorrido nos Estados Unidos iria reforçar ainda mais o argumento pró-abertura da economia. Economistas liberais oriundos de países ricos encontraram-se em Washington D.C. e elaboraram um conjunto de recomendações aos países em desenvolvimento. Esse receituário, conhecido como Consenso de Washington, propunha a busca de uma nova agenda de desenvolvimento, baseada na abertura comercial e financeira, nas privatizações de empresas públicas e na diminuição do tamanho do Estado.



Gradualmente, o desenvolvimentismo foi cedendo espaço ao pensamento liberal. A abertura comercial, no Brasil, começou no final dos anos 1980, durante o governo Sarney; seria aprofundada durante a gestão do presidente Collor e, novamente, aprofundada, ou pelo menos mantida, nos governos que viriam depois. Seu objetivo era o de gerar uma espécie de choque competitivo e forçar o empresário nacional a engajar-se na onda de modernização que acontecia no resto do mundo.Uma Avaliação da Abertura Brasileira
A abertura comercial brasileira trouxe resultados positivos e negativos. O consumidor brasileiro, hoje, tem uma variedade muito maior de produtos a escolher. A qualidade aumentou, muitos preços baixaram e os produtos tornaram-se mais acessíveis. Algumas indústrias tecnologicamente defasadas se modernizaram, tornaram-se internacionalmente competitivas e passaram a destinar parte da sua produção ao mercado internacional. Outras não se saíram tão bem, simplesmente não suportaram a concorrência internacional, fecharam as portas e demitiram trabalhadores. Portanto, podemos tirar duas conclusões disso tudo: 1) a situação do consumidor brasileiro melhorou com a abertura da economia e 2) houve piora da situação do trabalhador com o aumento do desemprego.
O balanço final pode ser discutível, mas uma coisa é certa: a abertura era necessária e tinha de, mais cedo ou mais tarde, acontecer. As nações que mais crescem, hoje, no mundo, têm suas economias voltadas para as exportações. Não é mais possível conceber uma nação rica, desenvolvida e, ao mesmo tempo, fechada para o comércio internacional.
Com relação à abertura comercial brasileira, é possível questionar a forma como foi implementada. Talvez, se tivesse sido conduzida de maneira diferente, os resultados poderiam ter sido melhores. Todavia, é insustentável o argumento de que essa não é a melhor estratégia de desenvolvimento para o país.




quinta-feira, 31 de maio de 2012

REALIZAR LEITURA E PRODUZIR UMA RESENHA DO RESUMO SOBRE INDUSTRIALIZAÇÃO


RESUMO: Este artigo aborda inicialmente as peculiaridades do processo de industrialização no Brasil, a partir do século XX, como reflexo de um fenômeno que tem origem na Inglaterra do século XVIII e difunde-se para outros países europeus no decorrer do século XIX.
O enfoque inicial, centrado no processo de industrialização no Brasil, analisa os quatro períodos em que se pode dividir esse desenvolvimento: o assim chamado “Proibição” (1500-1808); o conhecido por “Implantação” (1808-1930); o período da “Revolução Industrial Brasileira” (1930-1956); por fim, o período da “Internacionalização”, que se estende de 1956 aos dias de hoje. O estudo se atém, a seguir, ao tema do patrimônio industrial no Brasil, partindo dos conceitos de “patrimônio industrial” e “arqueologia industrial”, para concentrar-se, em seguida, na questão específica dos engenhos açucareiros.

Antecedentes
As origens do processo de industrialização remontam ao século XVlll, quando, em sua segunda metade, emerge na Inglaterra, grande potência daquele período, uma série de transformações de ordem econômica, política, social e técnica, que se convencionou chamar de Revolução Industrial.
Hoje esse processo já é conhecido como Primeira Revolução Industrial, pois, nos séculos XlX e XX, novas transformações geraram a emergência da Segunda e da Terceira Revolução Industrial.
As transformações de ordem espacial decorrentes da implantação industrial foram enormes. Delas podemos citar como exemplos as próprias mudanças ocorridas na Inglaterra do século XlX, em que a indústria, associada à modernização do campo, gerou a expulsão de milhares de camponeses em direção às cidades, o que gerou a constituição de cidades industriais, que nesse mesmo século ficaram conhecidas como “cidades negras”, em decorrência da poluição atmosférica gerada pelas indústrias. Além disso, ocorreu uma grande mudança nas relações sociais.
As classes sociais do capitalismo ficaram mais claramente definidas: de um lado, os donos dos meios de produção (burguesia), que objetivavam, em primeiro lugar, lucros cada vez maiores, por meio da exploração da mão de obra dos trabalhadores, que ganhavam salários miseráveis, e trabalhavam em condições precárias. De outro lado, os trabalhadores, por sua vez, constituíam o chamado “proletariado” (classe que vende sua força de trabalho em troca de um salário), que só veio a conseguir melhorias a partir do século XX, e isso como fruto de muitas lutas, com a deflagração de greves, que forçaram os patrões e o Estado a conceder benefícios a essa camada da sociedade.
O avanço da indústria, especialmente a partir do século XlX, deu-se na direção de outros países europeus, como a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Itália, e de países fora da Europa, como os EUA, na América, e o Japão, na Ásia. Grosso modo esses países viriam a ser no século vindouro, as potências que iriam dominar o mundo, em especial, os EUA, que hoje sem sombra de dúvida são a maior potência não apenas econômica, industrial, mas também militar do planeta.
A partir do século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, países do chamado “Terceiro Mundo” também passaram por processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nesses países foi muito marcante a presença do Estado nacional na industrialização, e também das empresas multinacionais (empresas estrangeiras), que impulsionaram esse processo, e fizeram de alguns países da periferia do mundo hoje potências industriais. Só que diferentemente do que ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não resultou necessariamente na melhoria de vida das populações, ou no desenvolvimento do país, pois esse processo nos países subdesenvolvidos deu-se de forma dependente de capitais internacionais, o que gerou um aprofundamento da dependência externa, como o que é expresso nas dívidas externas. Além disso, as indústrias que para cá vieram, por já serem relativamente modernas, não geraram o número de empregos necessário para absorver a mão de obra cada vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades.
Isso fez com que ocorresse um processo de metropolização acelerado, não acompanhado de implantação de infraestrutura e da geração de empregos, o que gerou um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos hoje: o inchaço das grandes cidades, com os problemas disso decorrentes.
Industrialização no Brasil
A industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808, pode ser chamado de “Proibição”.
Nesta época se fazia restrição ao desenvolvimento de atividades industriais no Brasil. Apenas uma pequena indústria para consumo interno era permitida, devido às distâncias entre a metrópole e a colônia. Eram, principalmente, de fiação, calçados e vasilhames. Na segunda metade do século XVIII algumas indústrias começaram a crescer, como a do ferro e a têxtil. Mas, como já começaram a fazer concorrência ao comércio da corte, podendo tornar a colônia independente financeiramente, adquirindo a possibilidade da independência política, isso foi visto com maus olhos em Portugal. Assim, em 5 de janeiro de 1785, Dona Maria I assinou um alvará extinguindo todas as manufaturas têxteis da colônia, exceto a dos panos grossos, para uso dos escravos e trabalhadores.
O segundo período, de 1808 a 1930, foi chamado de “Implantação”. Nele chega ao Brasil a família real, são abertos os portos ao comércio exterior e foi fixada uma taxa de 24% para produtos importados, exceto para os portugueses, que foram taxados em 16%. Em 1810 foi fixada com a Inglaterra uma taxa de 15% para as mercadorias vindas deste país. Neste período, o desenvolvimento industrial brasileiro foi mínimo devido à forte concorrência dos produtos ingleses, que plenamente “invadiram” o mercado consumidor brasileiro. A escravidão ainda estava presente. Faltavam trabalhadores livres e assalariados para constituir a base do mercado consumidor. Além disso, as elites enriquecidas pelo café ainda não estavam dispostas a investir na indústria.
Em 1850 é assinada a Lei Eusébio de Queirós, proibindo o tráfico de escravos, e que trouxe duas consequências importantes para o desenvolvimento industrial:
Os capitais que eram aplicados na compra de escravos ficaram disponíveis e foram aplicados no setor industrial.
A cafeicultura, que estava em pleno desenvolvimento, necessitava de mão de obra. Isso estimulou a entrada de um número considerável de imigrantes, que trouxeram novas técnicas de produção de manufaturados e foi a primeira mão de obra assalariada (organizada) no Brasil. Assim, esses trabalhadores vindos de fora constituíram um mercado consumidor indispensável ao desenvolvimento industrial, bem como força de trabalho especializada.
O setor que mais cresceu foi o têxtil, favorecido em parte pelo crescimento da cultura do algodão, em razão da Guerra de Secessão dos Estados Unidos (grande exportador desse produto) entre 1861 e 1865. Na década de 1880 ocorreu o primeiro surto industrial, quando a quantidade de estabelecimentos passou de 200, em 1881, para 600, em 1889.
Esse primeiro momento de crescimento industrial inaugurou o processo de substituição de importações. Beneficiaram-se o mercado brasileiro e a indústria brasileira do período da Primeira Guerra Mundial, da Crise Econômica Mundial/Quebra da Bolsa de Nova Iorque e mais tarde da Segunda Guerra Mundial.
Em 1907 foi realizado o 1° Censo Industrial do Brasil, indicando a existência de pouco mais de 3.000 empresas. O 2° Censo, em 1920, mostrava a existência de mais de 13.000 empresas, caracterizando um novo grande crescimento industrial nesse período, principalmente durante a Primeira Guerra Mundial, quando surgiram quase 6.000 empresas.
Iniciava-se, portanto, o século XX com uma indústria de bens de consumo que já abastecia boa parte do mercado interno. O setor alimentício cresceu bastante, principalmente na exportação de carne, ultrapassando o setor têxtil. A economia do país continuava, no entanto, dependente do setor agroexportador, especialmente o do café, que respondia por aproximadamente 70% das exportações brasileiras.
O terceiro período, de 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira, foi marcado pela Revolução de 30, que, com Getúlio Vargas, operou uma mudança decisiva no plano da política interna, afastando do poder do Estado oligarquias tradicionais, que representavam os interesses agrário-comerciais. Getúlio Vargas adotou uma política industrializante, com a substituição da mão de obra imigrante pela nacional. Essa mão de obra era formada em estados do Sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, em função do êxodo rural (fruto da decadência cafeeira) e de movimentos migratórios de nordestinos.
Vargas investiu forte na criação da infraestrutura industrial: implantou a indústria de base e aumentou a geração de energia. Nesse período são criados o Conselho Nacional do Petróleo, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco.
Uma característica das indústrias que foram criadas desde a Primeira Guerra Mundial é que muitas delas faziam apenas a montagem de peças produzidas e importadas do exterior. São subsidiárias das matrizes estrangeiras. No início da Segunda Guerra Mundial o crescimento diminuiu, porque o Brasil não conseguia importar os equipamentos e máquinas que precisava. Isso ressalta a importância de possuir uma Indústria de Bens de Capital.
Apesar disso, as nossas exportações continuaram a manter-se, acarretando um acúmulo de divisas. A matéria-prima nacional substituiu a importada. Ao final da guerra já existiam indústrias com capital e tecnologia nacionais, como a de autopeças.
No segundo governo Vargas (1951-1954), os projetos de desenvolvimento baseados no capitalismo de Estado, atuando por meio de investimentos públicos no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC, em 1951), BNDES, entre outros órgãos, forneceram importantes subsídios para Juscelino Kubitschek lançar seu Plano de Metas, ainda que a um elevado custo de internacionalização da economia brasileira.
Enquanto nas décadas anteriores houve predominância da indústria de bens de consumo, na década de 1940 outros tipos de atividade industrial começam a desenvolver-se, como no setor de minerais, metalurgia, siderurgia, ou seja, setores mais sofisticados tecnologicamente.
Em 1946 teve início a produção de aço da CSN, que abriu perspectivas para o desenvolvimento industrial do pais, já que o aço constitui a base ou a “matriz” para vários ramos ou tipos de indústria.
Em 1950 alguns problemas de grande importância dificultaram o desenvolvimento industrial, tais como a falta de energia, a baixa produção de petróleo e a deficiente rede de transporte e comunicação. Foi na perspectiva de corrigir esses problemas que foi fundada, entre outras, a Companhia Hidrelétrica do Sao Francisco.
O ultimo e quarto período depois de 1956, chamado de fase de internacionalização da economia brasileira. Nesse período, de 1956 a 1961 governado por Kubitschek, foi lançado o Plano de Metas, que dedicou dois terços dos recursos ao estímulo do setor de energia e transporte. Foi quando se desenvolveu em um ritmo mais intenso o setor rodoviário e houve um grande crescimento da indústria de bens de produção, que cresceu de 37% para 63% em relação à de bens de consumo.
O crescimento da indústria de bens de produção refletiu-se principalmente nos seguintes setores: siderurgia e metalurgia (automóveis), químico e farmacêutico, e a construção naval, implantada no Rio de Janeiro em 1958.
No entanto, o desenvolvimento industrial foi calcado, em grande parte, no capital estrangeiro, atraído por incentivos cambiais, tarifários e fiscais oferecidos pelo governo. Nesse período teve início em maior escala a internacionalização da economia brasileira, com a atuação das multinacionais.
Os problemas políticos que existiram no início da década de 1960, com a renuncia de Jânio Quadros, a posse de João Goulart, e as discussões em torno do presidencialismo e parlamentarismo, dificultaram o crescimento da economia e da indústria.
Depois do golpe de 1964, os governos militares retomaram e aceleraram o crescimento econômico e industrial. O Estado assumiu a função de órgão supervisor das relações econômicas e o desenvolvimento industrial dessa fase foi significativo.
Ocorreu maior diversificação da produção industrial. O Estado assumiu certos empreendimentos, como a produção de energia elétrica, do aço, a indústria petroquímica, a abertura de rodovias e outros, assegurando para a iniciativa privada as condições de expansão ou crescimento de seus negócios.
Houve grande expansão da indústria de bens de consumo não-duráveis e duráveis, com a produção até mesmo de artigos sofisticados. Aumentou, entre 1960 e 1980, em números significativos a produção de aço, ferro, cimento e petróleo.
Para sustentar o crescimento industrial, houve o aumento da capacidade aquisitiva da classe média alta, graças ao financiamento do consumo. Foi estimulada, também, a exportação de produtos manufaturados por meio de incentivos governamentais. Em 1979, pela primeira vez, as exportações de produtos industrializados e semi-industrializados superaram as exportações de bens primários (produtos da agricultura, minérios, matérias-primas).
Após um período de inflação ascendente, já com os militares fora do comando do Estado, foi lançado em 28 de fevereiro de 1986, pelo governo Sarney, o Plano Cruzado, que, embora tivesse objetivos eleitorais implícitos, foi caracterizado como uma tentativa de promover o crescimento da produção econômica brasileira sem passar pela penosa austeridade fiscal e monetária que seria a marca registrada do Plano Real, em 1994. No entanto, a proteção alfandegária que existia na época, que restringia as importações, levou ao desabastecimento, principalmente de produtos de primeira necessidade, promovido por setores oligopolizados da economia, que condenaram o plano econômico ao fracasso, não obstante sua política de manter o câmbio congelado e, com a taxa real de juros baixa, o PIB ter conhecido uma bolha de consumo interna sem precedentes em sua história.
O ajuste das contas públicas pós-Plano Real e a adoção de medidas tanto políticas como jurídicas de apoio à micro e à pequena indústria, bem como a entrada de capital estrangeiro atraído pelos programas de privatização de estatais, tornaram o investimento do capital de risco no setor industrial atraente.
Também contribuíram para isso a desejada estabilidade nas regras da economia durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso e a decisão de seu sucessor, Luís Inácio Lula da Silva, de manter as mesmas regras da economia.
Com a autossuficiência no setor de petróleo, que minimizou o problema da dependência de fornecimento externo desse insumo ao setor industrial, só falta ao Brasil enfrentar um desafio atual, cada vez mais imposto pelo mundo globalizado: a geração de tecnologia de ponta nacional.
O patrimônio Industrial
O estudo e a investigação do patrimônio industrial no Brasil iniciam-se antes da difusão da disciplina de arqueologia industrial no país, que ocorreu durante a década de 1970. Pode-se se dizer, porém, que as pesquisas e a preservação do patrimônio industrial no Brasil são ainda incipientes, e seu campo teórico, metodológico e prático para o conhecimento sobre o patrimônio industrial está ainda disperso em esforços isolados e pouco difundidos. O patrimônio industrial deve ser considerado como parte integrante do patrimônio cultural em geral.
O patrimônio industrial compreende os vestígios da cultura industrial que possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou cientifico. Estes vestígios englobam edifícios e maquinaria, oficinas, fábricas, minas e locais de processamento e de refinação, entrepostos e armazéns, centros de produção, transmissão e utilização de energia, meios de transporte e todas as suas estruturas e infra-estruturas, assim como os locais em que se desenvolveram atividades sociais relacionadas com a indústria, tais como habitações, locais de culto ou de educação.
A arqueologia industrial é um método interdisciplinar que estuda todos os vestígios, materiais e imateriais, os documentos, os artefatos, a estratigrafia e as estruturas, as implantações humanas e as paisagens naturais e urbanas, criadas para ou por processos industriais. A arqueologia industrial utiliza os métodos de investigação mais adequados para aumentar a compreensão do passado e do presente industrial.
O período histórico de maior relevo para esse estudo estende-se desde os inícios da Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, até nossos dias, sem negligenciar suas raízes pró e protoindustriais. Para além disso, apoia-se no estudo das técnicas de produção, englobadas pela história da tecnologia.
O patrimônio industrial representa, portanto, o testemunho de atividades que tiveram e que ainda têm profundas consequências históricas. As razões que justificam a proteção do patrimônio industrial decorrem essencialmente do valor universal daquela característica, e não da singularidade de quaisquer sítios excepcionais.
Reveste-se de valor social como parte do registro de vida dos homens e mulheres comuns e, como tal, confere-lhes um importante sentimento identitário. Na história da indústria, da engenharia, da construção, o patrimônio industrial apresenta um valor científico e tecnológico, para além de poder também apresentar um valor estético, pela qualidade de sua arquitetura, de seu design ou de sua concepção. Estes valores são intrínsecos aos próprios sítios industriais, a suas estruturas, a seus elementos constitutivos, a sua maquinaria, a sua paisagem industrial, a sua documentação e também aos registros intangíveis contidos na memória dos homens e de suas tradições.
Os exemplos mais antigos, ou pioneiros, apresentam um valor especial. A conservação do patrimônio industrial depende da preservação de sua integridade funcional, e as intervenções realizadas num sítio industrial devem, tanto quanto possível, visar à manutenção desta integridade. O valor e a autenticidade de um sítio industrial podem ser fortemente reduzidos se a maquinaria ou componentes essenciais dele forem retirados, ou se os elementos secundários que fazem parte do conjunto forem destruídos.
Engenhos açucareiros
Logo após a descoberta do Brasil desenvolveu-se neste espaço uma economia extremamente aberta e orientada para a exportação de açúcar destinada à Europa, na qual um novo e extraordinário surto de urbanização suscitava o aumento da procura desse produto. Isto se reveste de grande importância no que significa de ruptura em face do funcionamento dominante da economia de então, isto é, tem início a transformação da economia de subsistência e de assistência alimentar ao Reino em outra, movida pelo lucro mercantil; e com isso a integração do Brasil num novo espaço de produção.
Por outro lado, a estruturação dessa economia do açúcar está já associada à emergência e ao aumento dos conflitos de interesses – nomeadamente, a tendência para a monocultura, por um lado, e as necessidades da agricultura diversificada, por outro; a regulação do comércio exportador pelo rei e, com tendência a opor-se a este, o desejo liberal dos grandes mercadores – que configura a dinâmica capitalista que começa a despontar noutras partes da Europa. No século XIX ocorrerá a última revitalização da produção da cana sacarina no Brasil.
Portanto, desde o século XVI o Brasil experimenta um tipo de indústria que poderíamos de chamar de pré-industrial, em que o trabalho produtivo toma outra dimensão e a escala de produção já não tem a ver com as dimensões acanhadas impostas por seu anterior caráter artesanal.
Mas, se no primeiro ciclo do açúcar era o setor mercantil o núcleo desse movimento econômico, no segundo ciclo esse papel caberá ao setor industrial. A indústria açucareira local era inicialmente constituída por fábricas de moer cana e por engenhos para fabrico de aguardente e de açúcar, apetrechados essencialmente com tecnologia tradicional assente na tração animal e na força motriz da água, chegando de meados para o final do século XIX o vapor a ser utilizado na moenda por algumas fábricas.
As inovações tecnológicas já implantadas no século XIX não foram incorporadas homogeneamente por toda a indústria local, mas apenas pelas empresas com maior capacidade de investimento. O processo de concentração da indústria local não decorre exclusivamente da capacidade de expansão dos engenhos de açúcar, ele está também associado a um dos mais estruturantes e polêmicos regimes de protecionismo português.
O protecionismo estender-se-á a toda a economia sacarina, abrangendo desde os agricultores aos industriais da aguardente, do álcool e do açúcar, e surge a pretexto de atenuar a crise do setor decorrente das doenças que afetaram a cana no século XIX.
Em linhas gerais, pode-se classificar a manufatura de açúcar como um processo em que um material se transforma de um estado ao outro. A manufatura do açúcar tal como se adotou durante três séculos pode ser considerada um “processo contínuo”, isto é, caracterizado pelo fluxo ininterrupto desde a matéria prima, a cana, até o produto acabado. Os equipamentos de produção eram colocados segundo um layout definido e linhas fixas de produção. No que se refere ao movimento do produto, o engenho tradicional adotara um processo de movimentação horizontal, em que a gravidade era pouco utilizada no transporte dos líquidos e granéis. O engenho de açúcar foi, portanto, um dos pioneiros do “processo contínuo”, que viria mais tarde a ser largamente utilizada na indústria siderúrgica, química, de cimento, de vidro, etc.
Embora o engenho de açúcar tenha sido originalmente uma indústria avançada para sua época, com o tempo esse avanço foi diminuindo. Apesar de alguns melhoramentos de equipamentos responsáveis por cada uma das etapas de produção, o desenvolvimento do processo produtivo esteve sempre atrelado ao baixo nível da tecnologia colonial. Somente no século XIX é que os senhores de engenho brasileiros incorporaram algumas transformações que resultaram numa maior integração do processo.
Datam desse período modificações: a introdução de novos aditivos químicos, como a cal, a importação da moenda de três rolos horizontais, a introdução da fornalha do tipo Jamaica, e a substituição da mão de obra escrava por trabalhadores assalariados. Coexistiram com os engenhos de técnicas tradicionais engenhos que introduziram avanços de uma verdadeira usina, ou seja, a utilização do vapor para acionar as moendas e aquecer as caldeiras, produzir o vácuo e a centrifugação do açúcar para acelerar os processos de cozimento, cristalização e clareamento do açúcar.
Portanto, os engenhos açucareiros devem ser considerados como uma parte integrante do patrimônio cultural em geral. Sua proteção legal deve ter em consideração sua natureza específica. Ela deve ser capaz de proteger as fábricas e suas máquinas, seus elementos subterrâneos e suas estruturas no solo, os complexos e os conjuntos de edifícios, assim como as paisagens industriais. As áreas de resíduos industriais, assim como as ruínas, devem ser protegidas, tanto pelo seu potencial arqueológico como pelo seu valor ecológico.
Infelizmente pouco se tem para preservar nos sítios dos engenhos de açúcar do Recôncavo Baiano.
Existiram no século XIX cerca de oitocentos e tantos engenhos, mas nós levantamos cerca de 50 remanescentes deles. Sobrevive a casa, mas não sobrevive a fábrica. Sobrevive a capela e a casa, mas não sobrevive a fábrica, e assim por diante. Foram identificadas poucas fábricas, sem seus equipamentos. Existem alguns equipamentos dispersos, e apenas duas fábricas voltadas para a economia de subsistência conservam parte dos seus equipamentos.
Apesar disso, um levantamento dos sítios dos engenhos urge. Seria preciso preservar o que ainda pode ser preservado, observar como vestígio arqueológico o que pode ser observado, entre outras ações.

SEGUNDO REINADO ( 1840-1889)

É de fundamental importância para entendermos o processo de industrialização brasileira voltarmos ao período em que D. Pedro II governou o nosso país.
Durante esse período, aconteceram alguns fatos essenciais para o desenvolvimento desse processo, entre os quais podemos citar:
Tarifa Alves Branco (1844) > taxava os produtos importados.
Lei Eusébio de Queirós (1850) > proibia o tráfico externo.
Esses dois fatores levaram a uma intensa liberação de verbas que pode ser aplicada na modernização de infra-estruturas básicas do país: bancos, fábricas e setores de transporte e comunicação. Esse período é denominado pela historiografia como ERA MAUÁ (l845-l864). Apesar dos avanços não terem sido tão expressivos, podemos dizer que chegou a haver o primeiro surto industrial na história deste país.
A indústria nacional passou a poder competir com maior facilidade, estando protegida pela taxação sobre os produtos importados. Além disto, o fim do tráfico negreiro resultou em uma intensa liberação de verbas para investimento em outras áreas.

República Velha (1889-1930)

Durante esse período da república, notamos o desenvolvimento das indústrias têxteis, já com a colaboração da mão de obra imigrante, expandida sobretudo com o fim da escravidão em 1888. Essas indústrias concentravam-se principalmente em São Paulo, e já se viam nesses núcleos industriais a formação de vilas operárias e de sindicatos. Por falar nos sindicatos, estes eram extremamente influenciados pelo ideal anarquista, trazido pelos italianos, que formaram aqui o anarco-sindicalismo, que teve muita influência até o 1922, ano de fundação do PCB ? Partido Comunista Brasileiro.
Essa organização sindical resultou em greves expressivas, como as de 1907 e 1909, quando os sindicalistas garantiram os primeiros ganhos trabalhistas. Contudo o primeiro grande surto dessa época corresponde ao período da primeira guerra mundial, durante o governo de Venceslau Brás. Este Presidente adotou nesse período uma política de substituição das importações, resultando em uma alavancada na industrialização nacional..

ERA VARGAS (1930 - 1945)

É com Vargas que o Brasil começa a estruturar seu parque industrial. A palavra já diz ? estruturar, dar base.
E é o que Getúlio faz: constrói as bases da industrialização nacional. Se até o momento os investimentos concentravam-se na produção de produtos e o excedente de capital era empregado nas indústrias têxteis, agora Getúlio lança mão de um projeto empreendedor.
Getúlio Vargas, com uma visão de desenvolvimento nacionalista e com o Estado na frente, constrói as indústrias de base:
Companhia Vale do Rio Doce (l942)
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional (l941)
Entre as diversas realizações do governo, destacam-se a criação do Ministério do Trabalho (l931) e a promulgação da CLT (consolidação das leis trabalhistas) em 1943. Com Getúlio, os sindicatos passam a ser unificados e ganham a figura do "pelego" , líder sindical atrelado ao governo.

REPÚBLICA POPULISTA (1946-1964)

O período tem início com Dutra, que implementou um rápido desvio da política nacionalista empreendida por Vargas. Nessa época, importamos muito e tivemos um leve retrocesso.
Com Vargas de novo no poder, (l951-54) cria-se a Petrobrás (l953) e o petróleo passa a ser visto como algo fundamental para a soberania do país. O monopólio é garantido e, apesar das pressões internas, através da UDN, e externas, com as multinacionais, o "PETRÓLEO É NOSSO", como diria o slogan da época.
Após algum tempo do fatídico mês de agosto de 1954, quando Vargas comete suicídio, Juscelino Kubitschek assume para dar acabamento ao projeto de industrialização. Se já tínhamos a indústria de bens de consumo não-duráveis (produtos têxteis, por exemplo) e a indústria de base (CSN, Vale do Rio Doce e Petrobrás), faltava agora a indústria de bens de consumo duráveis. Foi pensando nela que JK, através do capital associado, desenvolve o plano "50 anos em 5".
O país ganhava agora novas estradas, indústrias automobilísticas, uma nova capital e um tremendo rombo nas dívidas externas.
Portanto, foi com um enorme acréscimo de dívidas e um intenso arrocho salarial sobre as classes trabalhadoras que o Brasil consolidou o seu parque industrial.

Ditadura Militar (1964-1985)

Após destituir o governo de João Goulart (1964-1985), os militares passaram então a seguir um modelo que lhes era muito peculiar.
Com grandes investimentos em obras faraônicas e suporte industrial através de empréstimos internacionais, construíram a transamazônica e a ponte Rio - Niterói, por exemplo, além de desenvolver ainda mais o setor de bens de consumo duráveis. Este último investimento garantiu que a classe média tivesse acesso a televisores, Fuscas, entre outras coisas que a fizeram compactuar durante um certo tempo com o regime.
Durante a ditadura foi desenvolvido o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), durante os governos de Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985), que tinha por objetivo alavancar a indústria nacional, áreas de pesquisa tecnológica e outros setores. Isso se dava com vultuosos empréstimos junto ao FMI e ao BIRD, o que influenciou num enorme aumento da dívida externa brasileira.
O auge do regime militar foi durante o governo de Médici, caracterizado pelo Milagre econômico, que possibilitou ao país a ter a oitava economia do mundo. No ano de 1973 este processo de desenvolvimento acabou, devido a guerra de Yom Kippur que geroua crise do petróleo.
O governo de Geisel começa tendo que resolver os problemas gerados pela crise e é a partir disto que se lança o programa do Pró ? álcool. Este programa tinha por objetivo diminuir a dependência do Brasil junto aos exportadores de petróleo.

Década de 1980

Conhecida como a década perdida e caracterizada pelo baixo crescimento econômico, além de elevadas taxas de inflação. É neste período que ocorre a passagem para o período democrático, a eleição de Tancredo Neves, assim como a sua morte. Com este fato assume o seu vice José Sarney, caracterizado pela implantação dos Planos Cruzado (1986), Bresser (1987) e o Plano Verão (1989), com resultados apenas momentâneos e sem expressividade em longo prazo.
Em 1989 se promulga a constituição de 1989 e se estabelece as bases da República Democrática.

Década de 1990

No ano de 1989 ocorre o processo eleitoral que elege Fernando Collor e conseqüentemente o modelo Neoliberal que já vinha sendo lançado por toda América Latina e que teve o seu início na Inglaterra com Margaret Thatchr. Esse novo projeto para país retirava o Estado da economia, deixando-o apenas nas áreas da educação, saúde e segurança. Para isso ocorrer o país precisou abrir um intenso processo de privatizações entre elas a CSN, no governo de Itamar Franco, a Vale do Rio Doce no governo Fernando Henrique Cardoso, além de uma série de bancos estaduais, empresas de telefonia, hidrelétricas e estatais do setor energético.
Durante o governo de Itamar Franco lança-se o plano Real que tinha como objetivo maior, assegurar a estabilidade econômica. A partir disso estabeleceu-se a paridade 01 (um) real/ 01 (um) dólar, o país então passou a sofrer com dificuldades de manter a balança comercial favorável, já que as importações eram maiores que as exportações. Tentando evitar o aumento dos índices de inflação, relacionado com a perda de dólares no país, o governo estabeleceu altas taxas de juros que atraíram os especuladores externos e trouxeram a moeda de volta para o Brasil.
Apesar do reconhecimento geral da sociedade sobre a estabilidade que o real trouxe para o país, as medidas tomadas para a contenção da inflação tornaram a economia brasileira baseada nos créditos dos especuladores e com baixas taxas de produção. Outro reflexo trazido por tais medidas foi às dificuldades colocadas sobre os pequenos e médios empresários brasileiros devido às altas taxas de juros que comprometeram qualquer tipo de empréstimo. O resultado desta equação foi um país de certa forma estável, mas com baixas taxas de produtividade e conseqüente alta de desemprego.