Ocimara Balmant, Especial para o Estado - O Estado de S.Paulo
O que Engenharia Mecatrônica pode ter a ver com Veterinária? Ou Medicina com Relações Públicas? Na teoria, nada. Mas, para muitos vestibulandos, apesar de tão distintas, escolher entre uma ou outra dessas profissões é um enigma bastante complexo e com pouco tempo para ser desvendado.
Daniel Teixeira/AE
Indecisão. Pedro Laganaro, de 17 anos, pretende estudar nos EUA, mas não sabe o curso
Pedro Laganaro, de 17 anos, aluno do Colégio Pentágono, faz parte desse contingente de indecisos. "Não tenho a mínima ideia do que vou fazer. Com certeza, exatas eu não faço, porque gosto de humanas e biológicas. Mas só isso que sei", diz o aluno do 3º ano.
Pedro acredita que metade de sua turma também não se decidiu sobre a carreira. "Muita gente está entre uma e outra carreira e há os que têm dúvidas sobre, por exemplo, qual das Engenharias vai fazer. Decididos, mesmo, são bem poucos".
Para Selena Garcia Greca, a psicóloga que coordenou a pesquisa, a indecisão reflete o quanto esse momento de decisão ainda é subestimado. "Apesar de estudarem tanto para o vestibular, eles não encaram a escolha do curso como parte do processo. Ele é muito novo, tem 16, 17 anos, e, como não há na escola uma matéria que o prepare, adquire uma postura passiva", diz.
Os números da pesquisa mostram essa omissão da escola: em apenas 10% delas existe um trabalho específico de orientação vocacional. O mais comum é os colégios oferecerem ações consideradas pouco efetivas pelos especialistas. As escolas ainda recomendam participação em feiras, palestras com profissionais às vésperas do momento da inscrição e realização de testes vocacionais, inclusive aqueles que sugerem o futuro do adolescente depois que ele responde a uma bateria de questões de múltipla escolha.
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